sábado, 8 de setembro de 2012

Hoje




Hoje não encontrei as palavras certas
para ser mais um espírito leve no Universo
para ser mais uma voz na multidão
para ser mais uma atriz no Teatro da Vida.

Hoje não consegui atravessar a linha do Tempo
para ser Luz e Movimento
para ser Sol e Água
para ser Calor e Vento
para ser Eternidade e Momento.

Hoje apeteceu-me desviar do mundo,
embalar-me no sonho adormecido
de caminhar sobre as nuvens
e dissolver-me em pleno vento.

L.C., setembro 2012

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Mais um poema...

Desde o momento em que despertei para o poder da palavra que me apaixonei pela sublimidade da poesia, especialmente por aquela que se escreve em língua portuguesa. Num conjunto de versos exprimem-se a beleza, o sonho, a nostalgia, a esperança, olhares sobre as "coisas" mais simples, diversas e mundanas. Hoje cruzei-me com este poema de Manuel Alegre.
 
 

Esteva

Floriu efémera a flor da esteva
já seu esplendor é quase um fenecer.
Branca e breve a brisa a leva
e dela fica um verso por escrever.

in Manuel Alegre, Alentejo e ninguém, Lisboa, Caminho, 1996.